domingo, 7 de fevereiro de 2010

Pouco Pão e Muito Circo


O verão Sergipe está chegando ao fim para abrir alas ao carnaval mais tranquilo do Brasil. Com participações de bandas nacionais e muitas bandas locais, para dizer que está fazendo a parte de inclusão cultural, o governo tentou seguir direitinho a política do 'pão e circo'.

O povo se esbaldou ao som do quase todos os estilos, apesar de nem todos serem belos, e gritou em êxtase na frente dos palcos por sua banda musical.
No sábado, dia 06, teve até helicóptero fazendo campanhas publicitárias fazendo vôos rasantes e estampava bem grande para até os míopes como o que vos escreve conseguir ler "Aracaju, cidade da qualidade de vida". A qualidade foi notada logo na chegada a orla de Atalaia com trombadinhas de boné de abas retas olhando para baixo não por medo de serem identificados, mas olhando para os bolsos dos alegres foliões. A qualidade foi notada na Atalaia Nova com a estrutura que puseram para J Quest e a humilde tenda para bandas locais que como se não bastasse tamanha humilhação ainda são desvalorizados pela própria população que atiram pedra de gelo fazendo a banda parar o som para dar uma lição de moral, muito boa por sinal. A qualidade foi notada com a falta de estrutura de transporte para todos os locais da festa. A qualidade tava em todos os catadores de latas que estavam lá sujando nossos pés e a imagem dessa tão divulgada qualidade.

Deu pra ver, todos estavam lá, a menina de creme de cabelo escorrendo pelas costas, o emo chorando por Nx Zero, o pagodeiro quebrando e chorando ao ver belo: "ex-crimonoso belo? ahh que atire a primeira pedra quem nunca errou, ele agora é outro". Com tantas qualidades e publicidades high-tec dona Maria alí do Padre Pedro continua sem emprego, continua sem ter o que comer, continua sendo manipulada enquanto seus filhos estavam no verão Sergipe, catando latas.

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